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Heróis da Fé: Vida dos santos

As mais lindas histórias daqueles que percorreram o caminho da santidade antes de nós

Em defesa da Fé Católica: Por que sou católico?

A fascinante história da Igreja fundada por Jesus e edificada sobre Pedro. Sinal vivo da presença de Cristo ao longo dos séculos.

Formação

As principais dúvidas sobre a Fé respondidas por padres.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Te Deum : O Hino de Ação de Graças

      Hino de louvor e súplica
     Ao longo dos séculos, em ocasiões de especial relevância - uma insigne vitória ou algum outro grande dom recebido da Providência -, o povo cristão utilizou-se do Te Deum para manifestar aos Céus sua gratidão. A História registra diversos desses momentos.
      Hoje, as comunidades cristãs do mundo todo se reúnem para entoar solenemente este hino a cada 31 de dezembro, por ocasião das Primeiras Vésperas da Solenidade de Maria Santíssima. Sobre este belo costume, o Papa Bento XVI afirma: Deus "fez-Se como nós, para nos fazer como Ele: filhos no Filho, portanto, homens livres da lei do pecado. Não é este porventura um motivo fundamental para elevar a Deus a nossa ação de graças? Uma ação de graças que não pode deixar de ser ainda mais motivada no final de um ano, considerando os numerosos benefícios e a sua assistência constante que pudemos experimentar no arco dos doze meses transcorridos".
       Cântico de arrebatadora beleza, tanto pela admirável evocação da Igreja triunfante e militante, como pela efusiva proclamação dos atributos e benefícios divinos, possui o Te Deum três partes bem características.
     Na primeira, ressalta-se a glorificação da Santíssima Trindade por todos os seres racionais: os Anjos e os Santos prosternam-se em adoração diante desse augusto Mistério. A segunda é uma exaltação de Jesus Cristo, o Verbo Encarnado, o Redentor, que voltará no fim dos tempos como Supremo Juiz para julgar os vivos e os mortos. Por fim, a terceira contém uma veemente súplica: "Fazei-nos ser contados, Senhor Vos suplicamos, em meio a Vossos santos na Vossa eterna glória".
   Aqui termina o hino propriamente dito. O que se segue é um apêndice, composto de versículos extraídos de diversos salmos, acrescentado posteriormente ao texto original.
História
    Por volta do ano 384, sendo Santo Ambrósio Bispo de Milão, Agostinho - então com 30 anos - foi para essa cidade a fim de lecionar retórica. O virtuoso Bispo o acolheu paternalmente. "Tu me conduzias a ele sem que eu o soubesse, para que eu fosse por ele conduzido conscientemente a Ti" - escreveria ele depois, impressionado pela bondade com que Ambrósio o tratava.
   Agostinho prestava atenção no conteúdo dos sermões do grande pregador, porém, o que mais o cativava eram a pessoa e as virtudes do homem de Deus. E depois de algum tempo, segundo ele mesmo declarou, "não me era possível separar as duas coisas: enquanto abria o coração às palavras eloquentes, entrava também, pouco a pouco, a verdade que ele pregava".
    Por fim, de tal forma as palavras do santo Bispo pervadiram sua alma, que ele resolveu abandonar o maniqueísmo e se tornar Católico. Graças às lágrimas e insistentes orações de sua mãe, Santa Mônica, aos ensinamentos e ao exemplo de Santo Ambrósio, chegou enfim o dia em que o futuro Doutor da Graça deixaria de ser mera criatura para tornar-se filho de Deus: foi batizado por Santo Ambrósio na noite do Sábado Santo do ano 386, juntamente com seu filho Adeodato e seu amigo Alípio.
   Segundo a tradição, durante aquela celebração litúrgica, Ambrósio, num arroubo de fervor, quiçá prevendo quanta glória daria à Igreja aquela alma eleita, proclamou em alta voz:
- Te Deum laudamus: te Dominum confitemur (A Vós, ó Deus, louvamos; a Vós, Senhor, cantamos).
      Ao que Agostinho, também ardente de entusiasmo, acrescentou:
- Te æternum Patrem omnis terra veneratur (A Vós, Eterno Pai, adora toda a terra).
    E assim, alternando-se num santo e inspirado diálogo, os dois teriam composto o Te Deum. O antigo Breviário Romano lhe dava o título de Hino de Santo Ambrósio e Santo Agostinho. Depois, a versão promulgada por São Pio X o chama de Hino ambrosiano.
      Em um dos sonhos proféticos de Dom Bosco afirma-se que o Santo Padre em seu retorno ao Vaticano depois da sua expulsão cantará o  Te Deum ...
Fontes: Emílio Portugal Coutinho - 2º Ano de Teologia
             Revista Arautos do Evangelho
Letra original em Latim (Idioma oficial da Igreja Católica)
Te Deum laudámus: te Dóminum confitémur.
Te ætérnum Patrem, omnis terra venerátur.
Tibi omnes ángeli, tibi cæli, et univérsæ potestátes.
Tibi chérubim et séraphim incessábili voce proclámant:
Sanctus, Sanctus, Sanctus Dóminus Deus Sábaoth.
Pleni sunt cæli et terra maiestátis glóriæ tuæ.
Te gloriósus Apostolórum chorus, te prophetárum laudábilis númerus, te mártirum candidátus laudat exércitus.
Te per orbem terrárum sancta confitétur Ecclésia:
Patrem imménsæ maiestátis, venerádum tuum verum et únicum Fílium: Sanctum quoque Paráclitum Spíritum.
Tu rex glóriæ, Christe.
Tu Patris sempitérnus es Fílius.
Tu, ad liberándum susceptúrus hóminem, non horruísti Vírginis uterum.
Tu, devícto mortis acúleo, aperuísti credéntibus regna cælórum.
Tu ad déxteram Dei sedes in glória Patris.
Iudex créderis esse ventúrus.
Te ergo quæsumus, tuis fámulis súbveni, quos pretióso sánguine redemisti.
Ætérna fac cum Sanctis tuis in glória numerári.
Salvum fac pópulum tuum, Dómine, et bénedic hereditáti tuæ.
Et rege eos, et extólle illos usque in ætérnum.
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Letra do Hino Te Deum em Português (a tradução é variável, sendo a oficial a contida no hinário da CNBB)
Nós Vos louvamos, ó Deus,
nós Vos bendizemos, Senhor.
Toda a terra Vos adora,
Pai eterno e omnipotente.
Os Anjos, os Céus
e todas as Potestades,
os Querubins e os Serafins
Vos aclamam sem cessar:
Santo, Santo, Santo,
Senhor Deus do Universo,
o céu e a terra proclamam a vossa glória.
O coro glorioso dos Apóstolos,
a falange venerável dos Profetas,
o exército resplandecente dos Mártires
cantam os vossos louvores.
A santa Igreja anuncia por toda a terra
a glória do vosso nome:
Deus de infinita majestade,
Pai, Filho e Espírito Santo.
Senhor Jesus Cristo, Rei da glória,
Filho do Eterno Pai,
para salvar o homem, tomastes
a condição humana no seio da Virgem Maria.
Vós despedaçastes as cadeias da morte
e abristes as portas do céu.
Vós estais sentado à direita de Deus,
na glória do Pai,
e de novo haveis de vir para julgar
os vivos e os mortos.
Socorrei os vossos servos, Senhor,
que remistes com vosso Sangue precioso;
e recebei-os na luz da glória,
na assembleia dos vossos Santos.
Salvai o vosso povo, Senhor,
e abençoai a vossa herança;
sede o seu pastor e guia através dos tempos
e conduzi-o às fontes da vida eterna.
Nós Vos bendiremos todos os dias da nossa vida
e louvaremos para sempre o vosso nome.
Dignai-Vos, Senhor, neste dia, livrar-nos do pecado.
Tende piedade de nós,
Senhor, tende piedade de nós.
Desça sobre nós a vossa misericórdia,
Porque em Vós esperamos.
Em Vós espero, meu Deus,
não serei confundido eternamente.
Confira abaixo esse belo hino, agradeçamos a Deus todos os dias e louvemos sempre o vosso nome:
Versão em português:

TE DEUM
(P. João Carlos Ribeiro)

Te Deum laudamus (bis)
A ti ó Deus, louvamos.
A ti, Senhor, cantamos: louvor!
A ti, ó Pai eterno,
Se prostra toda Terra: Senhor!

A ti, os anjos cantam,
os céus a ti aclamam: louvor!POVO
Proclamam céus e terra,
a tua glória imensa, Senhor!

Santo (santo), Santo (santo), Santo, Santo, Santo: É o Senhor! Deus dos Exércitos, Deus do combate, Deus da vitória, Deus Sabaoh!

A ti com amor, celebram apóstolos,
profetas, ó Pai! O harmonioso coro
dos mártires te louva, Senhor!A ti,
por toda a terra,
proclama a Santa Igreja, ó Pai!
ó Pai onipotente
de majestade imensa, Senhor!Santo

Ao Filho, adora a Igreja
Deus vivo e verdadeiro, Jesus!
Também dá glória e viva
ao Espírito Divino: Senhor!

O Rei da glória, ó Cristo,
do Pai Eterno, Filho, Jesus,
Da virgem tu nasceste
pra nos salvar vieste, Senhor! Santo

A morte tu sofreste,
a morte tu venceste, Jesus,
Aos que têm fé abrindo
dos céus o eterno reino, Senhor!

Sentaste à direita
de Deus na glória eleito, Jesus!
Nós cremos na tua volta,
Virás julgando o povo, Senhor! Santo

Portanto, te pedimos,
escuta os que remiste, Jesus,
com sangue precioso.
Nos salva, ó Deus bondoso, Senhor!

Alista-nos ó Cristo
entre os teus escolhidos, Jesus!
Cantemos tua vitória
um dia lá na glória, Senhor! Santo

sábado, 3 de dezembro de 2011

O Advento: Vem Senhor Jesus

"(...) ao Rei que vem, ao Senhor que se aproxima" (1)
        Estamos no Tempo Litúrgico do Advento. Essa palavra tem origem na língua latina, sendo derivada de “Adventus”, (“chegada”) que por sua vez vem de “Adveniere” (“Chegar a”). Há quem pergunte: Chegada de que? O que se aproxima?

       A estas indagações podemos dizer que é chegada “a plenitude dos tempos” (Gl 4, 4), o momento histórico em que o Verbo se fez carne e veio habitar em nosso meio! (Jo 1, 14)
      O Advento compreende as quatro semanas que antecedem o Natal do Senhor, sendo um tempo de preparação para a vinda do Messias, ao longo dessas quatro semanas devem aumentar em nós a alegria, a esperança e a caridade para com nossos irmãos.
     Com a celebração do Advento a Igreja retoma a esperança da vinda do Cristo Salvador, renovando o desejo de sua vinda definitiva!
       
“Ao celebrar cada ano a liturgia do Advento, a Igreja atualiza esta espera do Messias: comungando com a longa preparação da primeira vinda do Salvador, os fiéis renovam o ardente desejo de sua Segunda Vinda. Pela celebração da natividade e do martírio do Precursor, a Igreja se une a seu desejo: "É preciso que Ele cresça e que eu diminua”” (Jo 3,30). (CIC § 524) 
*As Figuras do Advento:

JOÃO BATISTA
   É o último dos profetas e segundo o próprio Jesus, "mais que um profeta", "o maior entre os que nasceram de mulher", o mensageiro que veio diante d'Ele a fim de lhe preparar o caminho, anunciando a sua vinda (conf. Lc 7, 26 - 28), pregando aos povos a conversão, pelo conhecimento da salvação e perdão dos pecados (Lc 1, 76s).
    A figura de João Batista ao ser o precursor do Senhor e apontá-lo como presença já estabelecida no meio do povo, encarna todo o espírito do Advento; por isso ele ocupa um grande espaço na liturgia desse tempo, em especial no segundo e no terceiro domingo.
     João Batista é o modelo dos que são consagrados a Deus e que, no mundo de hoje, são chamados a também ser profetas e profecias do reino, vozes no deserto e caminho que sinaliza para o Senhor, permitindo, na própria vida, o crescimento de Jesus e a diminuição de si mesmo, levando, por sua vez os homens a despertar do torpor do pecado.
     Grita uma voz: “Preparai no deserto o caminho do Senhor, aplainai na solidão a estrada de nosso Deus. 4Nivelem-se todos os vales, rebaixem-se todos os montes e colinas; endireite-se o que é torto e alisem-se as asperezas: 5a glória do Senhor então se manifestará, e todos os homens verão juntamente o que a boca do Senhor falou. (Is 40)
      Esta é a voz daquele que grita no deserto: ‘Preparai o caminho do Senhor, endireitai suas estradas!’” (Mc 1)
MARIA
      Não há melhor maneira de se viver o Advento que unindo-se a Maria 
como mãe, grávida de Jesus, esperando o seu nascimento. Assim como Deus precisou do sim de Maria, hoje, Ele também precisa do nosso sim para poder nascer e se manifestar no mundo; assim como Maria se "preparou" para o nascimento de Jesus, a começar pele renúncia e mudança de seus planos pessoais para sua vida inteira, nós precisamos nos preparar para vivenciar o Seu nascimento em nós mesmos e no mundo, também numa disposição de "Faça-se em mim segundo a sua Palavra" (Lc 1, 38), permitindo uma conversão do nosso modo de pensar, da nossa mentalidade, do nosso modo de viver, agir etc.
       Em Maria encontramos se realizando, a expectativa messiânica de todo o Antigo Testamento.
JOSÉ
      Entre aquelas pessoas que souberam viver plenamente o Advento, sem dúvida, podemos colocar São José como um dos primeiros da lista. Sua via foi um constante advento. Nele, encontramos alegria, vigilância e capacidade de mudar os rumos sempre que necessário.
          Nos textos bíblicos do Advento, se destaca José, esposo de Maria, o homem justo e humilde que aceita a missão de ser o pai adotivo de Jesus. Ao ser da descendência de Davi e pai legal de Jesus, José tem um lugar especial na encarnação, permitindo que se cumpra em Jesus o título messiânico de "Filho de Davi".
          José é justo por causa de sua fé, modelo de fé dos que querem entrar em diálogo e comunhão com Deus.
         São José era corajoso. O amor de São José não era um amor covarde, que foge diante da primeira dificuldade. Ao contrário, era um amor combativo, um amor que buscou incessantemente local para Maria dar à luz, um amor que não temeu empreender viagem de volta à terra natal, à pequena e querida Nazaré. Ali, no convívio com Maria e o Menino, no serviço fraterno e acolhedor da carpintaria, junto ao seu povo e às suas tradições, José completou a sua missão: pai de família da Sagrada Família.
A Celebração do Advento
          O Advento deve ser celebrado com sobriedade e com discreta alegria. Não se canta o Glória, para que na festa do Natal, nos unamos aos anjos e entoemos este hino como algo novo, dando glória a Deus pela salvação que realiza no meio de nós. Pelo mesmo motivo, o diretório litúrgico da CNBB orienta que flores e instrumentos sejam usados com moderação, para que não seja antecipada a plena alegria do Natal de Jesus.
          As vestes litúrgicas (casula, estola etc) são de cor roxa, bem como o pano que recobre o ambão, como sinal de conversão em preparação para a festa do Natal com exceção do terceiro domingo do Advento, Domingo da Alegria ou Domingo Gaudete, cuja cor tradicionalmente usada é a rósea, em substituição ao roxo, para revelar a alegria da vinda do libertador que está bem próxima e se refere a segunda leitura que diz: Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito, alegrai-vos, pois o Senhor está perto.(Fl 4, 4).
          Vários símbolos do Advento nos ajudam a mergulhar no mistério da encarnação e a vivenciar melhor este tempo. Entre eles há a coroa ou grinalda do Advento. Ela é feita de galhos sempre verdes entrelaçados, formando um círculo, no qual são colocadas 4 grandes velas representando as 4 semanas do Advento. A coroa pode ser pendurada no prebistério, colocada no canto do altar ou em qualquer outro lugar visível. A cada domingo uma vela é acesa; no 1° domingo uma, no segundo duas e assim por diante até serem acesas as 4 velas no 4° domingo. A luz nascente indica a proximidade do Natal, quando Cristo salvador e luz do mundo brilhará para toda a humanidade, e representa também, nossa fé e nossa alegria pelo Deus que vem. O círculo sem começo e sem fim simboliza a eternidade; os ramos sempre verdes são sinais de esperança e da vida nova que Cristo trará e que não passa. A fita vermelha que enfeita a coroa representa o amor de Deus que nos envolve e a manifestação do nosso amor que espera ansioso o nascimento do Filho de Deus. A cor roxa das velas nos convida a purificar nossos corações em preparação para acolher o Cristo que vem. A vela de cor rosa, nos chama a alegria, pois o Senhor está próximo. Os detalhes dourados prefiguram a glória do Reino que virá.

          Abaixo a bela música do tempo do advento: Eis que de longe vem o Senhor, para as nações do mundo julgar.E os corações alegres estarão, como numa noite em festa a cantar.
                        


1 - Breviário, no Invitatório das Matinas. (Forma breve de ofício divino ou prece da Igreja para uso dos cléricos)
Fontes: Veritatis Splendor
           
http://www.comshalom.org/formacao/liturgia/o_tempo_advento.html